quarta-feira, 8 de julho de 2009

motim na febem,,,,fase 08 07 2009

mais uma vez imcopotencia da governadora yeda,,,casas super lotadas,,,,e falta de funcionários

sexta-feira, 24 de abril de 2009

direitos humanos

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

— Artigo 1º
[1]
A idéia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos por Deus[2]; alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma idéia. Outros argumentam ser necessário manter termos separadas para eliminar a associação com características normalmente relacionadas com os direitos naturais.[3], sendo John Locke talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria[4].
Existe um importante debate sobre a origem cultural dos direitos humanos. Geralmente se considera que tenham sua raiz na cultura ocidental moderna, mas existem ao menos duas posturas principais mais. Alguns afirmam que todas as culturas possuem visões de dignidade que se são uma forma de direitos humanos, e fazem referência a proclamações como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional do Império de Malí. Não obstante, nem em japonês nem em sânscrito clássico, por exemplo, existiu o termo direito até que se produziram contatos com a cultura ocidental, já que estas culturas colocaram tradicionalmente um peso nos deveres. Existem também quem consideram que Ocidente não criou a idéia nem o conceito do direitos humanos, ainda que se uma maneira concreta de sistematizá-los, uma discussão progressiva e o projeto de uma filosofia dos direitos humanos.
As teorias que defendem o universalismo dos direitos humanos se contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a validez de todos os sistemas culturais e a impossibilidade de qualquer valorização absoluta desde um marco externo, que neste caso seriam os direitos humanos universais. Entre estas duas posturas extremas se situa uma gama de posições intermediárias. Muitas declarações de direitos humanos emitidas por organizações internacionais regionais põem um acento maior ou menor no aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos de acordo com sua trajetória histórica. A Organização da Unidade Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos[1], que reconhecia princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e adicionava outros que tradicionalmente se tinham negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos Estados de eliminar todas as formas de exploração econômica estrangeira. Mais tarde, os Estados africanos que acordaram a Declaração de Túnez, em 6 de novembro de 1992, afirmaram que não se pode prescrever um modelo determinado a nível universal, já que não podem se desvincular as realidades históricas e culturais de cada nação e aas tradições, normas e valores de cada povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de Bangkok, emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e de Cairo, firmada pela Organização da Conferência Islâmica em 5 de agosto de 1990.
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada nos direitos civis e políticos, se opôs um pouco durante a Guerra Fria, destacando no seio das Nações Unidas, ao do bloco socialista, que privilegiava os direitos econômicos, sociais e culturais e a satisfação das necessidades elementais.

domingo, 5 de abril de 2009

responsável pelas ações todos somos

Qual a diferença entre o termo agir e o termo fazer?
11/10/2008 11:24:00 PM Author: Brochado
Para distinguirmos o agir do fazer temos de ter vários aspectos e situações em conta, na medida em que estes podem e são condicionantes para se atribuir os diferentes sentidos que estes adquirem. Quando começa a chover, se estivermos na rua, com certeza iremos ficar molhados e constipados; consequentemente iremos espirrar mesmo que não o queiramos, esta atitude designa-se por fazer e não por agir, isto porque, é uma reacção fisiológica e também não depende de uma decisão voluntária.
Estando a chover, se estivermos um guarda chuva ou um coberto para nos abrigarmos, abrimos o guarda chuva ou deslocamo-nos para o coberto, logo esta atitude pode ser designada por agir, porque dependeu de uma decisão consciente e voluntária da pessoa, teve uma intenção/propósito e teve um motivo/razão. Podemos então dizer que o termo agir está condicionado pelos factores que designam os comportamentos intencionais, conscientes e voluntários, enquanto que o termo fazer tem um sentido mais amplo do que o termo agir, englobando o que os animais fazem, os movimentos que fazemos a dormir e as reacções fisiológicas e psicológicas.
Ao aplicarmos estes conceitos, poderemos em qualquer situação, saber qual destes termos está presente e qual o seu sentido. No âmbito da acção existe uma rede conceptual que nos permite identificar e interligar os seus elementos constituintes. O agente é aquele que pratica a acção, fazendo-o com uma certa intenção e devido a um certo motivo. A dada altura o agente tem a percepção de si mesmo como autor da acção tendo a capacidade de escolha consoante a sua vontade. No momento desta escolha, o agente irá deliberar, ponderando entre as várias possibilidades e irá decidir, escolhendo uma dessas.
As decisões do agente não são puramente racionais, pois estas têm condicionantes emocionais, físicas, psicológicas e também influências culturais e sociais. Assim o agente confere um fim à acção de uma forma consciente e voluntária, não podendo esta ser confundida com o fazer involuntário e por vezes, de carácter obrigatório.
(by Ana Brochado

motivos

Acção humana

Acontecer
- o sujeito é passivo, sofre o efeito de algo, de uma ocorrência.
- Não controla a ocorrência – pode controlar ocorrências similares posteriormente.
- O sujeito não produz a ocorrência. – o acontecimento não depende da sua acção.

Conduta humana – corresponde ao comportamento humano
- o sujeito é activo, é a causa da ocorrência, da alteração do real.
- pode ou não controlar e pode ou não ter intenção.
- o sujeito produz – é actor da ocorrência.

Na conduta humana podemos distinguir dois tipos de actos, segundo São Tomás de Aquino:
- Actos do homem e Actos humanos.

ACTOS do HOMEM – são actos comuns aos restantes animais, resultam da natureza corpórea e animal do homem.
- são uma resposta maquinal e corporal, meramente reactiva, a estímulos do meio.
- São actos que o homem não controla nem dirige.
- São actos independentes da vontade da pessoa.
- Identificam-se com o movimento físico sobre o qual não temos intenção e por vezes, tão pouco consciência.

Situações em que se manifestam os actos do homem:

a) movimentos fisiológicos que visam a satisfação de necessidade biológicas:
respiração, digestão, tremer de frio.
b) movimentos físicos inatos de sobrevivência: reflexos motores (mecânicos e reactivos) :
fechar os olhos face a um objecto que se lhes dirige; desviar por o rosto face a uma bola; estender os braços numa queda.
c) movimentos maquinais no geral que resultam da rotina e do hábito ( e vício).

Rotina:
- todos os dias lavar automaticamente os dentes quando nos levantamos.
- o operário que repete mecanicamente na fábrica os mesmos gestos.

Hábito – são comportamentos adquiridos e que se repetem inconscientemente face a um estímulo interior ou exterior:
- quando a nicotina baixa no organismo ( estímulo interior) a dependência faz acender um cigarro ( muitas vezes inconscientemente); o fumador acende um cigarro ( resposta) quando um outro acende ou quando uma situação é desconfortável.
- roer as unhas., tiques...
- o alcoólico bebe automaticamente. – não há controle do homem sobre si mesmo.









ACTOS HUMANOS – são os actos próprios do homem e que o caracterizam como ser humano e a partir deles revela a sua personalidade e se modifica a si mesmo e aos outros.

Os actos humanos:
- são motivados – há uma razão que leva o sujeito a agir (atenção: não confundir motivo e causa)
- são intencionais – o sujeito tem uma intenção, um propósito ao alterar a realidade.
- são controlados e dirigidos – o sujeito tem deles consciência, sobre eles delibera e decide, e controla a sua execução ( realização ).
- têm uma finalidade – são dirigidos a um fim, visam algo que o sujeito tem em mente.

Vamos identificar a acção ou o agir com os actos humanos.



« Uma acção é uma interferência consciente e voluntária do agente no normal decurso das coisas; há uma interferência do agente que tinha intenção de interferir para conseguir que tal evento sucedesse. »
Jesus Mosterín

Acção implica a existência de:
- um agente – que realiza
- uma intenção do agente
- consciência do propósito e da acção em si mesmo.
- uma vontade livre – sem ser forçada, sem ser coagido.
- uma alteração da realidade – só assim se realiza a acção – “de boas intenções está o inferno cheio”


Podemos dizer que a acção ou o agir humano tem um conteúdo e uma forma.
O conteúdo é a alteração do real – o evento produzido.
A forma é a consciência e a intenção que implica atribuir ao agente a autoria da acção – é -lhe imputada a acção - e por isso mesmo a responsabilidade da acção.

O agir nem sempre depende de uma ponderação do sujeito, de uma deliberação ( pesar os prós e os contras ), muitas vezes o homem age sem reflectir, mas não é por isso que deixa de agir consciente e voluntariamente.

Será que tudo o que realizamos ( fazemos) é uma acção?
Será que uma acção pode ser realizada por diferentes movimentos físicos?
Será que o mesmo comportamento ( físico ou verbal) corresponde sempre à mesma acção?
Será que podemos realizar uma acção sem movimento físico? A partir da sua ausência?


Motivo Agente É CAUSA Acção Fim


- Poder de decidir.
- Poder de executar ou não executar LIBERDADE – vontade livre
- Consciência da acção - ausência de coacções
- Intenção. - capacidade de decidir por si (só racional ?)



Os constrangimentos e as coacções reduzem ou eliminam o poder de nos autodeterminarmos
e de decidir ?
Basta que exista um constrangimento sobre a nossa vontade para que deixemos de ser livres?

As fobias?
Obsessões?
Violência exterior?
As normas sociais?
As leis?
A autoridade da sociedade?
Os valores morais?












































A acção como caracterizadora do ser humano
Como sabemos, enquanto o animal tem uma natureza determinada e dada à partida, que comanda grande parte do seu desenvolvimento e realizações, o homem tem uma natureza indeterminada e adquirida, que se determina a partir da sociedade e educação que lhe transmitem elementos culturais e modelos de comportamento que aprende por imitação e integração, como é o caso da língua, do pensamento, dos valores, das normas...
Na construção da identidade do homem, grande parte depende dos outros, mas também de si mesmo, pois o seu desenvolvimento físico e intelectual permite-lhe um crescimento de autonomia e capacidade de escolha e decisão. A escolha e a decisão racional São aspectos que caracterizam o homem, uma vez que não dispõe de instintos para reagir. Assim a acção humana é própria do homem e forma-o como humano.



O agir humano supõe consciência, vontade e intenção.
- Uma consciência que pensa a acção e dela tem noção.
- Uma vontade que quer a acção e assim a decide livremente.
- Uma intenção, um propósito que projecta acção, que leva o homem a dirigir-se para...


Numa perspectiva fenomenológica do agir constatamos que a acção tem o seu ponto de partida na consciência e esta lhe consigna um fim. O conteúdo da acção é a determinação, a modificação do objecto pelo sujeito consciente.
Então, se assim é, não basta a vontade e a intenção. Há necessidade para que a acção se realize da modificação do objecto (alteração do real).
Só quando o objecto sofre uma determinação, que não tem por si mesmo, de forma consciente, voluntária e intencional se chama acção, agir, práxis.


Toda a acção supõe o poder do agente que a executa. A utilização desse poder na prossecução da acção supõe um poder de escolha e um poder de decisão consciente e voluntária.
No entanto, a intenção depende de um motivo, que se apresenta como razão que provoca o agir e o justifica.


Motivo
É pelo motivo que justificamos as acções. A resposta ao porquê da acção encontra-se no motivo. O motivo é a razão que provoca a intenção e a acção, é a razão de agir.
O motivo pode por vezes ser inconsciente, ou por detrás de um motivo consciente ocultar-se uma motivação inconsciente.

Distinção entre motivo e causa.
É uma 'quase' causa, mas não é uma causa.
Não é uma causa pois a causa, em sentido científico, é algo que, nas mesmas circunstâncias, produz necessariamente um determinado efeito. Assim a causa x produz sempre o mesmo efeito, y.
Ora face a um determinado motivo o agente pode decidir respostas diferentes, ou até nem responder. Isto significa que o agente tem o poder de decidir (em função de outros motivos, dos seus valores, do seu interesse ) agir de forma própria e distinta de outro sujeito face ao mesmo motivo.
O motivo pode provocar uma acção, mas esta depende sempre do agente que assim decide e detém o poder de a realizar ou não.
Se o motivo for de tal forma forte que não saia fora do controle da consciência e da vontade pode conduzir a comportamentos, mas não podemos classificá-los de acções.

Acção humana ou actos humanos

Motivo:

- Físicos e fisiológicos:
Fome; sede;
sobrevivência física


- Psíquicos
Desejos, impulsos, emoções, pulsões


- Sócio –culturais:
Trabalho; família; afectividade; riqueza; reconhecimento social;
exploração das capacidades; ...




Fim.
Execução da Acção:
Alteração do real












Vontade ( não confundir com desejo )
Vontade – verbo querer - Eu quero...
Vontade – é a capacidade de o homem determinar por si mesmo a sua acção e o seu comportamento.
A vontade é livre enquanto não sofre constrangimentos ou coacções que façam o homem realizar o que não quer.

Há graus de liberdade na vontade, desde a ausência total de liberdade ( anulação total da vontade ) até à vontade sem qualquer constrangimento.

Mas podemos ver também que a vontade pode seguir a razão ou não seguir a razão.
A vontade que segue a razão, cumpre os seus próprios princípios, a sua moral, o seu dever.

























O homem não é livre quando tem:
- perda de consciência e da noção da realidade.
- ignorância.
- insanidade – perturbações mentais, intelectuais e psíquicas.
- impossibilidade de escolha.
- incapacidade de decisão racional. (????)









Condicionantes da acção humana

Os elementos constituintes do homem nas diversas áreas que o caracterizam são ao mesmo tempo as grandes condicionantes da sua acção e é claro que por serem seus constituintes não lhes pode fugir. Pois como pode fugir o homem ao seu corpo, à sua psique, ao seu meio geográfico, à sociedade e cultura ou à sua própria história? È pelo facto de o homem ser uma totalidade bio-psiquica-sócio-cultural que não pode deixar de ser condicionado, direccionado e limitado pelos seus constituintes.

As condicionantes são todos os elementos e factores que constituem e circundam o sujeito e o orientam, regulam e estruturam a forma como pensa (e o que pensa), avalia (e o que avalia) e age.

Tipos de condicionantes:
1. Meio Físico e geográficas
2. Corporais-orgânicas e hereditários
3. Psíquicas
4. Sócio-culturais e históricas
5. História individual


Condicionantes Socioculturais
“A cultura representa o conjunto de saberes (técnicos, científicos, filosóficos, senso comum), normas de acção, a experiência comum, transmitida, pela aprendizagem, de geração em geração e que levam o ser humano a realizar-se numa dimensão histórica.”

A cultura substitui as respostas naturais, directas e instintivas, que o homem perdeu ao longo da sua evolução biológica, por respostas criadas e desenvolvidas pelo próprio homem e pela tradição social.

É a sociedade, nas suas várias instâncias – família, escola, grupo de amigos, trabalho, comunicação social – que nos ensinam a falar, a pensar, a relacionarmo-nos, a valorizar e assim nos forma como ser simbólico, ser racional, ser social, ser cultural.
A cultura é adquirida durante o processo de integração do indivíduo na sociedade (socialização) e neste processo aprende a falar numa determinada língua, adquire costumes, hábitos, formas de estar, de conviver, de trabalhar e de agir fruto da tradição cultural do seu povo, aprende normas sociais e morais, regras de convivência e valores.

O homem transporta em si traços culturais que vão desde os que são comuns a toda a sociedade e civilização, até aos que são demarcados regionalmente ou próprios de grupos sociais. Transposta desde os mais profundos – respeito pela vida – até aos mais prosaicos – comer com talheres (resposta criativa a uma necessidade biológica).

Todos estes elementos culturais que formam a sua estrutura espiritual do homem servem de grelha de descodificação e interpretação do real, mas também orientam e limitam o seu pensamento e por isso as suas deliberações, escolhas e decisões.
A integração social necessária a todos os homens é uma forma de normalizar e conformar pensamentos e comportamentos., muitas vezes de forma inconsciente. A sociedade, por muito liberal que seja, impõe normas e formas de pensar, umas vezes inconscientemente, outras de forma coerciva, e por isso conscientes, que o homem não rejeita sob pena de sanções negativas e até de marginalização.

Exemplos:
Substituímos os dedos pelo garfo e faca. A utilização destes utensílios não é universal (China usam pauzinhos) e não é universal a forma como são usados (à direita, à esquerda...)

Não pensamos em casar com 5 mulheres ou homens simultaneamente, pois a nossa cultura nunca nos formou para pensarmos dessa forma o casamento e, no caso de alguém o pensar, não o permite. Então estamos condicionados (inconscientemente) na forma como pensamos e limitados a pensar como pensamos. Por isso estamos condicionados nas nossas escolhas: podemos escolher casar com X ou Z, mas não escolher casar com o grupo de mulheres X(B;C;D;E:F) ou o grupo Z (G;H;I;J;L).




Família
Escola
Grupo de amigos
Media
...


Homem Indeterminado à nascença Sociedade
Natureza adquirida



Normas sociais
Normas de comportamento
Formas de pensar
Valores


Fornece


Integradas e
Interiorizadas

Consciente Inconsciente

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO

Ninguém vive feliz sem a Solidão Necessária:: Luís Vasconcellos ::
Quando cada um de nós nasce se vê logo apartado do útero materno, cortam-nos o cordão umbilical e assim fica configurado que se inicia O CICLO DE VIDA DE UM SER AUTÔNOMO e que sobreviveremos como ser individual, ainda que para isso dependamos enormemente da ajuda de companheiros da mesma espécie e de uma incessante TROCA e INTERAÇÃO com o meio AMBIENTE através da respiração, alimentação, sexo, vida familiar e social etc... Estas duas facetas da existência (AUTONOMIA e INTERDEPENDÊNCIA) convivem uma com a outra e são essenciais a quem queira usufruir um viver pleno. No entanto, desde muito cedo associamos o PRAZER a ESTAR JUNTO e a DOR a ESTAR SÓ. Quanto a isso existe uma unanimidade quase inquestionável. Somos ensinados a isso e nos convencemos de que estar bem com o social (família, escola, civilização de massa), é fundamental e que há algo de errado e verdadeiramente pecaminoso em alguém se isolar ou estar separado dos outros. Associamos doença e morte à solidão com a mesma facilidade com que associamos vida e prazer à experiência comunitária. Com o tempo a consciência do fato de sermos seres autônomos e individuais cai no esquecimento mórbido das coisas reprimidas e negadas. Ninguém gosta de pensar ou de lembrar que é indivíduo (e que, portanto, a solidão é inerente ao seu estado de ser). Quase ninguém se sente confortável quando é obrigado a tomar uma decisão individual (quando não adianta ouvir os CONSELHEIROS DE PLANTÃO e só pessoalmente se pode encontrar uma resposta), e ainda sobretudo quando todas as tentativas de recorrer ao convencional (ou àquilo que é CONSIDERADO como o MELHOR A FAZER) não nos responde à questão: “o que quero/devo/prefiro/escolho /pretendo/desejo... fazer ???????” Todos sabemos o quanto é mais fácil sucumbir a uma pressão externa do que procurar descobrir qual é a nossa real inclinação ou, ainda, do quanto é mais fácil ter uma resposta pronta nos lábios do que procurar saber o que o nosso íntimo tem a dizer!!!... Em quase cem por cento das vezes a visão / explicação / valor ou conceito SOCIAL supera / abafa / reprime / humilha nossa insegura procura de uma resposta PESSOAL para o vivido. Devido a isto, muito freqüentemente nos descobrimos fazendo o que IMAGINAMOS que OS OUTROS gostariam que fizéssemos em detrimento daquilo que faríamos (será?!) se tivéssemos a “ousadia” de agir / pensar / falar e seguir o nosso EU individual. Pode ser muito cruel o combate entre os MUITOS (os outros, família, escola, autoridades do mundo) e o ÚNICO (o EU, o indivíduo). Historicamente firmou-se o ditado: “Antes só do que mal acompanhado”. Contudo verifica-se que o aqui denominado CONTRA-DITADO:”Antes mal acompanhado do que só“, com demasiada freqüência acaba prevalecendo. Conclusão: É mais confortável seguir o convencional / o aprendido / o que se pensa / o que se faz / o que se deve!!!... Entretanto, muitos descobrem-se fazendo a pergunta “O que EU estou fazendo aqui com essa pessoa“? (após a saciedade do desejo sexual, por exemplo). Outros dizem que a noite foi um saco, apenas rotina (em meio a toda a variedade possível de uma noite movimentada). Muitos descobrem-se sós em meio à multidão, muitos sentem um enorme abismo que separa o EU inapelavelmente dos outros. Os rebeldes e revoltados se isolam da massa fingindo-se de superiores na sua separatividade renitente. Muitos se revoltam por dizer sempre “sim e/ou não” (às pressões e demandas dos outros) tanto quanto por não saberem dizer “não e/ou sim“... Não se nota, neste sentido, nenhuma diferença qualitativa entre os contingentes de conformados e o dos revoltados, pois de um modo ou do outro, ambos os grupos, em seu desequilíbrio, perderam a liberdade e o poder de escolha verdadeiramente individual.Muitos se rebelam contra a permanente companhia do OUTRO, para depois se ressentirem de sua falta após a separação. Outros dizem: “ruim com o OUTRO, pior sem ele” e se submetem a condições insuportáveis no relacionamento.Os acomodados e conformados esperam (e anseiam), que “alguém“ lhes ofereça soluções e respostas para tudo...Muitos se misturam aos muuuuuitos para não sentir tanto a presença do EU! Este é um terreno fértil para todo tipo de ilusão e desequilíbrio.Há muitos meandros e subterfúgios para se fugir da “SOLIDÃO NECESSÁRIA”.Em nossa cultura de massas a ação mais individualizada aparece, por exemplo, nos egocêntricos renitentes (o contingente das pessoas que são “do contra” em uma cultura de massas), quase sempre de uma forma desequilibrada e deselegante. Ou então, esta ação individualizada é considerada uma prerrogativa de artistas / filósofos / idealistas / sonhadores / visionários / líderes carismáticos ou, é claro, não se pode esquecer dos roqueiros (risos!).Nota-se, portanto, que apenas uma pequena parcela da sociedade se INDIVIDUALIZA (e são idolatrados!) enquanto o restante (a grande massa), se alimenta dos produtos e realizações destes poucos, invejando abertamente as suas façanhas e esquisitices. Sentimentos e disposições contraditórias se oferecem neste terreno.Continuando...Há uma SOLIDÃO NECESSÁRIA e não somos mais felizes por reprimi-la, por não gostar dela ou, ainda, por torna-la indesejável e desagradável... Há uma SOLIDÃO NECESSÁRIA quando o OUTRO nos chama a uma cumplicidade negativa com ele e somos obrigados a enfrenta-lo dizendo a verdade ou apontando um outro ponto de vista. Vice-versa, quando não aceitamos a SOLIDÃO NECESSÁRIA acabamos cúmplices dos outros com muita facilidade, sendo demasiadamente flexíveis e/ou não nos fazendo moralmente claros e nem verdadeiros (geralmente pelo medo da rejeição).Naturalmente, em assim sendo, o OUTRO não encontra em nós um oponente valoroso, e sim, um cúmplice benevolente demais, complacente demais e sem limites definidos. (Esclarecimento necessário: oponente valoroso: é aquele que não foge do confronto (quando é o caso) e se opõe a nós quando estamos desequilibrados e, portanto, errados. É aquele que nos mostra o outro lado daquilo que desejamos ver; ou ainda, aquele que nos aponta os furos e as sombras de nossa posição costumeira)...Estar junto é uma coisa boa, mas estar em cumplicidade é criar vínculos negativos que roubam nossa liberdade de ser e nos fazem escravos da necessidade de afeto, que por si mesma nos faz dependentes e submissos ao OUTRO. Alguém que vive a SOLIDÃO NECESSÁRIA aceita pagar o preço e o risco de se descobrir em má companhia (quando defendendo aquilo que, para si próprio, faz sentido ser, dizer ou fazer!) e pode se ver diante da necessidade de decidir pela separação / afastamento (já que, nesta hora, ele descobre que SOZINHO já estava há muito tempo... sem um oponente valoroso). Muitas vezes, fugimos de ter que tomar decisões porque a falta de aceitação da SOLIDÃO NECESSÁRIA nos faz frágeis e dependentes.Muitas vezes, em meu consultório, acompanhei a evolução de casais até o momento de se poderem enxergar verdadeiramente e daí em diante é imprevisível o que eles possam decidir a respeito da continuidade da relação.Se assumirem o risco de se individualizarem ( o UM perante o OUTRO) poderão descobrir que era exatamente isto que faltava para a relação ser mais plena, feliz e realizadora para ambas as partes. No entanto, quando a separação se impõe, um e outro acabam por descobrir que se frustraram na expectativa de que sua solidão pessoal desaparecesse. Nestes casos, ao invés de se separarem, bastaria unicamente aceitar este fato: a existência da SOLIDÃO NECESSÁRIA. Há um risco, mas é o único modo de se saber se a relação pode ou não dar certo. Ao invés de uma mera adaptação, conveniente a ambas as partes, pode-se viver uma relação vitalizada e cheia de aventura, porém sem um resultado previsível no horizonte. Numa relação, alguém pode descobrir que apesar de sempre ter tido companhia, sempre esteve só e isso é ainda mais notório se algum fator inesperado quebra a rotina e expõe os envolvidos à urgência de exercer uma opção individual, antes muito adiada... Toda vez que um indivíduo toma uma posição em função de um desafio, dúvida ou paradoxo e faz uma escolha/toma uma decisão de uma direção a seguir, ele exerce a SOLIDÃO NECESSÁRIA (Claro, desde que sua opção não se tenha baseado unicamente nos padrões sociais convencionalmente impostos...). Pode haver muito prazer (elevando a auto-estima) no fato de aceitarmos a SOLIDÃO NECESSÁRIA.Há um estado solitário que se mostra na ausência de companhia, na ausência de um companheiro e este isolamento é composto de carência e medo. A SOLIDÃO NECESSÁRIA não se abastece da carência e do medo: ela é o preço a ser pago pela individualidade e pelo exercício do direito de escolha e de decisão responsáveis.Depois de sermos “jogados no mundo” sem escolha e sem opção, podemos livremente assumir este fato e tocar a vida adiante, com muito mais consistência, estratégia e determinação individuais. Temos que abandonar a posição trágica e passiva do sofredor/vítima do destino e exercer nosso arbítrio em nossas vidas. Alguém já disse:“Não se pode MORRER MAIS OU MENOS então, por que aceitamos que se possa VIVER MAIS OU MENOS?“ Será que ocorre a alguém que ele possa ser feliz e sentir-se completo sem se individualizar?Usando uma metáfora posso dizer que o Universo (o Todo-Poderoso) pode nos ter dado o oceano, as correntes marítimas, as marés e os ventos, mas cabe a nós tomar o “leme” de nossos humanos recursos (barco) de sobrevivência e de produção, para nos orientarmos de modo autônomo na tomada responsável de decisões individuais. Talvez caiba aqui lembrar que ENVELHECER é obrigatório, mas AMADURECER é opcional.
Luís Vasconcellos é Psicólogo e atende em seu consultório em São Paulo.Email: luisvasconcellos@hotmail.com

crescimento psicológico,,,,

RELACIONAMENTO com o OUTRO como OPORTUNIDADE de crescimento psicológico.:: Luís Vasconcellos ::
Podemos tomar o RELACIONAMENTO como um dos âmbitos em que o indivíduo moderno pode desenvolver CONSCIÊNCIA de si mesmo, relativIzando sua personalidade, suas idiossincrasias, suas peculiaridades funcionais; aprendendo a todo momento com a natureza sempre criativa e inventiva do mundo, das situações, do OUTRO vivido como NÃO-EU (ações do Inconsciente: ARQUÉTIPOS, dentre eles a Sombra, impulsos, instintos não reconhecidos ou aceitos no âmbito do Ego).A base da Terapia de Polaridades é o retorno gradual a uma situação de abertura para o novo, para o diferente, para O OUTRO que também vive dentro de nós e que se encontra tanto REPRESENTADO no mundo objetivo, pelas inúmeras formas que podem adquirir pessoas, situações e objetos, quanto nos sonhos e manifestações inconscientes de modo geral. Ainda mais quando consideramos que, com freqüência, estas constituem manifestações de Polaridades Opostas àquelas com que NOS IDENTIFICAMOS (contra as quais, via de regra nos antagonizamos, especialmente quando nos negamos a aceitar a existência de uma SOMBRA PESSOAL). qualquer um de nós pode aprender mecanismos para lidar com tais conflitos em seu âmbito de relacionamento, pois assim os resultados são mais facilmente atingíveis do que se tentarmos lidar com dimensões maiores de nossa existência (sociedade ampla, Estados, Sistemas de crenças coletivizados). Não há um campo de visão, de concepção ou de valor que não possa ser modificado e não há adaptação que não se possa fazer. Todos temos a flexibilidade necessária para introduzir em nossas visões, e concepções de nós mesmos ou dos outros, as modificações que se façam necessárias Pode ter ocorrido o fato de termos perdido esta flexibilidade e adaptabilidade através dos anos de nosso "amadurecimento", dos anos e anos em que nos reduzimos e nos enrijecemos, estreitando nosso universo existencial, a um só tempo, para nos adaptarmos a uma "realidade" já previamente compartimentada (como é a humana ) e, por outro lado, para negociar com esta "realidade socialmente estabelecida" uma adaptação (ou rendição) aos seus termos. Neste combate e confronto de forças, quase sempre vence o ponto-de-vista convencional, a visão coletiva. Com o tempo nos tornamos "seres robóticos", estandardizados, previsíveis, conformados, repetitivos, cansamo-nos de nós mesmos e também submetemos os outros às nossas próprias e assumidas limitações e dificuldades de adaptação a situações novas. Nossa vida perde o senso de aventura, perde o viço, perde o elã de ser o que é: viva, vital, movimentada, um contínuo aprendizado, um desenvolvimento e um crescimento. Na prática, robôs só aprendem e dominam áreas especializadas (e sempre as mesmas), não têm criatividade, espontaneidade, não têm soltura ou elasticidade perante situações novas e se limitam a cumprir uma programação aborrecida, repetitiva e mecânica. Em algumas fases da vida muitos pessoas vivem, por assim dizer, "no automático" Julgamos, a partir de nossas predisposições pessoais, que amamos e odiamos, que acreditamos e desacreditamos, "sabemos" e "desconhecemos"... Acreditamos que existe um Mal absoluto e um Bem igualmente absoluto, que existe de NOSSO LADO a Verdade e do OUTRO LADO a Mentira e, assim, podemos dormir tranqüilos pois tudo está em ordem (o caos está projetado e parece só existir na figura dos OUTROS...). Alguns de nós lamentam, de modo ao mesmo tempo irônico e trágico, por não ter conseguido obrigar o Universo a submeter-se aos modos peculiares que GRUPOS ESPECÍFICOS DE SERES HUMANOS criam para organizá-lo em concepções e crenças "locais" (ou mesmo Deus, que teria então cometido inúmeros erros na Criação). Este tipo de "esforço comunitário" consome boa parte da vida útil de todos os envolvidos, contudo isso não impede que, neste exato momento, inteiras coletividades se dediquem a rituais, hábitos e sistemas de vida que são, AOS OLHOS das concepções que nutrimos sobre ela, de todo inconcebíveis e inaceitáveis. Estamos, hoje em dia, mais para uma briga e confronto entre os pequenos deuses em que nos tornamos e a "Divina Providência". Esta é possivelmente uma das maiores razões para o sofrimento humano de qualquer tipo, para as neuroses, para a desarmonia, para as brigas e guerras entre pessoas, Estados e sistemas. A Terapia de Polaridades é uma forma de atacar de frente o problema de nos tornarmos mais completos, mais flexíveis, mais abertos ao novo, ao OUTRO, que é diferente de NÓS, ao DESCONHECIDO e à vida de modo geral. Este propósito é atingido a partir de uma maior integração do campo consciente ( ego - vigília ) com a dinâmica inconsciente. O exercício deste vínculo constitui a CONSCIÊNCIA propriamente dita. Esta dinâmica tem mais de um sentido ou direção: é multifacetada, congregando símbolos e significados complexos. Nossa CONSCIÊNCIA se desenvolve a partir do aumento da capacidade de interpretação e de vivência de seus significados, aproximando estes dois reinos e criando a possibilidade de uma integração. Um dos objetivos do presente esforço é o de criar oportunidades de percepção e de compreensão da ação dos PARES DE OPOSTOS , assim como das POLARIDADES PSÍQUICAS, dando aos visitantes do vidanova os elementos necessários à compreensão / explicação da ação dos Arquétipos (e suas manifestações práticas) tanto no âmbito introvertido das relações com o próprio Inconsciente, quanto no âmbito extrovertido das relações interpessoais mais significativas. Veremos que nossa existência prática é basicamente o resultado da complexa ação de um MECANISMO DE TROCAS com o OUTRO (o Inconsciente, o Mundo exterior) e que esta dinâmica resulta em conseqüências observáveis e compreensíveis em todo e qualquer âmbito de nossas vidas.
Luís Vasconcellos é Psicólogo e atende em seu consultório em São Paulo.Email: luisvasconcellos@hotmail.com

amar o outro implica em abandonar o eu??

:: Luís Vasconcellos ::
Há muitas armadilhas ocultas no envolvimento entre duas pessoas e a pior delas é a PERDA DA IDENTIDADE PESSOAL, ou seja, a entrega, não à realização da experiência do Amor, mas ao OUTRO. Alguém desconhece (ou duvida), da sedução implícita no desejo de ENTREGAR-SE PERDIDAMENTE?Pode parecer ainda mais sedutor narcotizar-se mutuamente, através de contratos de cumplicidade, rotinas de conveniências e comunhão de interesses mútuos que, no conjunto, só servem para ocultar o SENTIDO e o VALOR de uma VIDA COMPLETA, COMUNGADA COM O COMPANHEIRO DE JORNADA. Muitos vivem o mito de que é preciso reprimir tudo que for individual para haver harmonia e felicidade familiar e conjugal, posto que estas dependem de renúncia ao EU e de submissão aos OUTROS (esta característica era mais comum entre as mulheres, mas também aparece nos homens, pois não tem nada a ver com o gênero e, sim, com a ação das Polaridades Psíquicas). Por que isto acontece? Ora, a pessoa que se sente “insegura”, “dividida” e “incompleta” (homem ou mulher), aceita pagar qualquer preço para não se sentir rejeitada nem separada do OUTRO. Qualquer pensamento ou sentimento separativo é reprimido e censurado em prol de atitudes e sentimentos que pareçam “garantir” ou “assegurar” a continuidade da relação. Deste modo, os pensamentos e sentimentos espontaneamente pessoais são evitados como ameaçadores e perigosos para a continuidade da relação. Acredita-se estar omitindo a verdade (aos olhos do OUTRO), dissimula-se, esconde-se tudo que for considerado perigoso ou censurável...Na necessidade de sentir-se acompanhado, qualquer um que se sinta incompleto pode chegar até aos extremos de uma ENTREGA INCONDICIONAL, mas os caminhos da “devoção ao OUTRO” e da perda do EU psicológico já estão esgotados. Esta via serviu mais ao Estado do que aos indivíduos envolvidos; serviu mais às necessidades sociais (incluindo as das Instituições estabelecidas: família, igreja etc.), do que ao crescimento psicológico dos indivíduos envolvidos no processo. As metas do desenvolvimento psicológico são:- Nos tornarmos completos (realizando os opostos).- O acordar da CONSCIÊNCIA individual. Todos sabemos da insuficiência e da inutilidade de se fazer exortações morais em prol da permanência (por obrigação), no casamento ou na relação, pois já se esgotou o sentido da “obrigação” e o do “dever”. Atualmente é a dinâmica psicológica entre os opostos que pode garantir ou dar bases à entrega e à permanência, de cada um, em um casamento. Se ela acontecer, que se veja justificada pela busca de se viver em amor e em cooperação autênticas, sem forçar as aparências e sem esconder as “realidades sombrias” que, de fato, assaltam cada convívio conjugal. Para o crescimento psicológico acontecer, em uma vida a dois, o amor e a liberdade precisam conviver, enfrentando-se o risco de não dar certo para que se possa - também - correr o risco de que dê certo.A busca da liberdade, do prazer e da responsabilidade pessoal pode - e deve - ser permeada por um sentido de finalidade, de desenvolvimento e de expansão da CONSCIÊNCIA individual. Nesta expansão, descobre-se o OUTRO como alguém que também está exposto aos desafios da vida e que tem seus pontos fortes, assim como os seus defeitos e notórias dificuldades. Contudo, seu mérito não está em ele ser perfeito, mas em TAMBÉM estar em uma luta para crescer, amadurecer e aprender...Um relacionamento REAL se dá no mundo do “NÓS” que, naturalmente, é o resultado da interação de “UM” com o “OUTRO”. Porém quantos se esquecem que se houver uma obliteração (negação) do EU (ou de tudo que é pessoal), o resultado desta dinâmica pode ser uma falência total! Quantos deixam de viver a própria vida para viver a vida “DO OUTRO” ou “PARA O OUTRO”? Quantos entendem a vida de relacionamento como uma RENÚNCIA a tudo que for pessoal ou individual? No sentido oposto, temos que lembrar que A IGUAIS RESULTADOS DESENCORAJADORES chegam:- Aqueles que se satisfazem com a crescente submissão do “OUTRO” ao seu próprio poder pessoal. - Aqueles que gostem de dominar. Ou, ainda.....- Aqueles que gostem de ganhar qualquer discussão ou disputa, transformando qualquer troca em um combate de “pontos de vista particulares”. Quantos casais se desgastam em “conversas de surdos” nas quais ninguém ouve ninguém!Quantos homens e mulheres vivem sob a regra de que "se alguém tiver de dar o braço a torcer, que seja (sempre!) o OUTRO”!Trabalhando há mais de vinte anos com a terapia de casais eu posso afirmar que, em uma briga, não existem um ganhador e um perdedor; mas sim, dois perdedores desperdiçando oportunidades de evolução e de aprendizado...Voltando a comentar o que ocorre na atitude mais “conformista” (antes tão comum nas mulheres): Quando acreditamos que é HARMONIA o exagero contraproducente de “fugir do confronto e concordar com o OUTRO em tudo”, estamos em verdade acendendo o pavio de uma bomba que, na certa, disparará em futuro próximo ou remoto.Do mesmo modo, se acende o estopim para aqueles que acreditam que VIVER EM HARMONIA é obrigar o OUTRO a uma concordância incondicional!Quanto mais cedo esta "bomba" explodir, melhor será para todos os envolvidos... Quando contamos com a união de forma muito temerária (exagero da dependência), acabamos atraindo aquilo de que mais tentamos fugir: a separação e o desrespeito por parte do OUTRO. Vice-versa, quando jamais admitimos mostrar "fragilidade" (exagero da independência), não temos "olhos" para valorizar o OUTRO naquilo que é mérito dele; e nada fazendo para sustentar as bases de uma cooperação entre os opostos (união), chegamos a um resultado igualmente frustrante.Achamos bonito e romântico aquele casal que, quando um morre, o outro o acompanha em poucos meses já que: “A vida pessoal não faz qualquer sentido na ausência do companheiro”!!!Estes dois podem ter vivido um grande amor, mas também podem ter vivido uma engolidora dimensão do "NÓS", que eclipsava a existência real dos "EUS". Quantos foram juntos até o fim odiando-se mutuamente...Que enorme poder isto movimenta!Contudo, a realidade psicológica mudou e hoje a exigência é a de que qualquer um de nós desenvolva consciência das possíveis oposições internas básicas:- Consciente & Inconsciente- Persona (personagem para os outros) & Sombra (aspectos humanos que possuímos, mas que são negados na personalidade)- Polaridades Masculina & Feminina (e...... todas as outras polarizações possíveis)- O que EU acho que sou e o modo como o OUTRO me vê. - A Imagem “polida e filtrada” que eu projeto para os OUTROS e a pessoa que eu realmente SOU. A exigência psicológica atual é a de que se abandone a cômoda facilidade de culpar o OUTRO por ele ser obstáculo, limite, barreira ou adversário para o crescimento individual. É sempre mais confortável para o EU culpar o OUTRO por sua infelicidade, falta de realização pessoal ou frustração. É sempre mais difícil notar que tudo aquilo que usamos para culpar o OUTRO não passa de uma mera PROJEÇÃO PESSOAL (e INCONSCIENTE) sobre o parceiro da relação. Hoje, o homem e a mulher amadurecida sabem que não existe harmonia que não surja de algum conflito, bem como não se encontram as soluções através do expediente de fugir dos problemas e dos conflitos. Nos casais mais maduros a crise não é evitada a todo custo, mas simplesmente “afastada” por uma eficiente e atenta negociação (permanente), que abarca todos os aspectos possíveis da convivência.Não se pode ser autêntico (em nenhum relacionamento humano), desconsiderando a existência real do OUTRO ou fazendo-se ausente da experiência real do EU.
Luís Vasconcellos é Psicólogo e atende em seu consultório em São Paulo.Email: luisvasconcellos@hotmail.com